A jovem itarareense, Pamela de Almeida, relata os principais desafios da doença.
Conhecido como Outubro Rosa, o mês de outubro é marcado com a campanha de prevenção ao câncer de mama, no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2020, 30% dos casos de câncer em mulheres no país, foram notificados na região das mamas. Foram cerca de 66 mil mulheres que sofreram da doença, só neste ano.
Como é o caso da Pamela de Almeida que foi diagnosticada aos 27 anos. A dona de casa conta que a descoberta da doença foi por acaso. “Eu tive febre muito alta e fui ao hospital, mas me falaram que estava com sinusite atacada. Depois de 3 dias, minha cachorrinha pulou no meu peito do nada e senti uma dor muito forte. Coloquei a mão no peito e senti um caroço grande”, relembra. No dia seguinte, Pamela voltou ao hospital e fez uma ultrassom que diagnosticou o câncer.
Quando descobriu a doença, Pamela conta que se sentiu anestesiada, e a única vontade era de passar por tudo aquilo. Quando os casos são descobertos em estágio inicial a chance de um tratamento efetivo é muito maior. Apoiada nisso e na força dos familiares, Pamela iniciou as sessões de quimioterapia. Ela conta que a parte mais difícil do tratamento foram as reações à quimio, como queimaduras nos braços, e a perda do cabelo.
Mas ela decidiu levar a doença com otimismo e leveza, “eu amava meus cabelos, mas sempre pensava que cabelo cresce de novo. O que importava mesmo era ficar boa logo”, conta. Mas, quando ela perdeu as primeiras madeixas caindo, ela chorou. Depois que entendeu que aquilo seria inevitável, Pamela conta que decidiu ver as coisas de forma mais positiva. “Teve uma hora que não teve mais jeito e meu irmão mesmo raspou minha cabeça. Confesso que amei minha carequinha e fazia questão de sempre deixar a mostra”, relembra animada.
O preconceito das pessoas foi outra coisa muito marcante na trajetória de Pamela, ela conta que muitas pessoas a olhavam torto no início do tratamento, mas não se deixou abalar. “Sempre fazia uma maquiagem bonita, colocava um lindo lenço e saía. Eu fazia questão de mostrar que eu estava bem”.
Aos 27 anos, a dona de casa parou a quimioterapia e o câncer havia regredido. Emocionada, Pamela fala da dor de recuperar os primeiros fios, mas também da sensação de alívio de estar, finalmente, curada. “É uma sensação que não sei te explicar, pois ver as sobrancelhas, cílios e cabelo voltando é incrível. É o lado mulher voltando, a auto estima levantando novamente”.
Com 30 anos, solteira e sem filhos, ela ainda sente muito medo, mas também orgulhosa de ter passado por tudo isso, de cabeça erguida. O diagnóstico precoce do câncer ajuda no tratamento e cura da doença. Nódulos nos seios e axilas, dor e mudanças no formato dos mamilos podem ser alguns sintomas. É recomendado consultar um médico e fazer os exames de rotina. Para mulheres acima de 50 anos, a mamografia é recomendada, no mínimo, a cada dois anos.
Além disso, se informar e realizar os exames de rotina auxiliam no rastreamento da doença. Com isso, Pamela deixa um recado para as mulheres que estão passando por isso. “Nunca desistam dos seus objetivos, não desanimem diante das situações e tenham muita força e fé!”.
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