Cliente: SIGBOL
Periodicidade da ação: Ação pontual
Com boa parte da população trancada em casa, a quarentena tem tirado do armário uma peça até então não muito exibida nas redes sociais: o pijama. Bastou a cantora Ivete Sangalo apareceu com o seu pijama em viscose rosa coberto de bolinhas brancas em uma live para ficar decretado: é cool exibir o seu! De repente, um comportamento privado se tornou público e ganhou até nome: "sleepleisure", que mistura os conceitos de dormir e prazer, em inglês.
Se pijama (quase) todo mundo tem, a escolha predileta de famosas nas redes sociais tem sido o estilo americano, com seus botões, frisos, gola aberta e calça reta —um clássico. O modelo aparece em diversos tecidos, da malha ou flanela à viscose e ao cetim.
Na era do Instagram, movimentos de estilo até então considerados efêmeros podem se converter em tendências culturais legítimas. E, é claro, experiências compartilháveis. Muito além de roupas de dormir, pijamas e camisolas ganharam status de expressão individual fora das quatro paredes do quarto e viraram looks necessários para mostrar aos seguidores a adesão à vida caseira.
"Há clientes que desejam estas peças pela praticidade, uso e vida útil, mas temos ainda outros grupos que utilizam a tendência do sleepwear como elemento de estilo, para manter uma imagem de modernidade em suas redes sociais", explica Andressa Locks, especialista em marketing de moda.
Modelo permite versão comportada ou sexy
Depois de Ivete, foi a vez de Anitta gravar seu programa com um modelo coberto pela logomarca de grife em estilo americano, de manga curta e short curtinho. Para aumentar a temperatura e deixar o look sexy, o sutiã fica à mostra e os pés ganham salto e pluminhas.
Os dias em que passou confinada durante o tratamento contra Covid também renderam à atriz Fernanda Paes Leme uma exibição de looks de dormir, também fiel ao modelo de botões.
No caso de Maisa, o modelo americano ganhou uma blusinha por baixo.
Clássico instagramável
A especialista em marketing de moda explica que códigos de vestir que imperavam até poucos anos trás foram rompidos em nome de uma vida mais simples, livre e - por que não? - instagramável. Peças como o pijama (já viu esse especial para videoconferências?) que antes eram restritas ao espaço íntimo foram para as ruas, representando esse desejo por bem-estar em todas as ocasiões.
"Na medida em que se dá essa transição entre o público e privado, você vê peças tradicionais reinterpretadas, com novas modelagens, investimento em nanotecnologia e acabamentos diferenciados. Houve uma diversificação da oferta, com modelos que vão do moletom à seda", diz Andressa.
Agatha escolheu um modelo xadrez que leva bolsos na camisa e que pode ser combinado com a versão masculina.
Moda sleepwear em alta
Este novo comportamento de consumo atingiu em cheio a indústria da moda, que há alguns anos vem ampliando as referências do sleepwear em suas coleções. E investindo em roupas de dormir pautadas em tendência e praticidade. O setor está aquecido e as expectativas são boas, inclusive no período pós-pandemia.
"Ao comprar sleepwear hoje, as pessoas buscam unir moda, conforto e versatilidade. Essa consumidora deseja uma peça que, após esse momento atribulado, possa acompanhá-la", analisa Eduardo Kyrillos, CEO do ICOMM Group.
O executivo conta que desde o início da pandemia, os dois e-commerce de moda geridos pelo grupo dobraram o volume de vendas nas categorias home clothing e underwear. A busca por pijamas no Google Brasil também teve um boom nos últimos meses: aumentaram em mais de 500% segundo levantamento com base na ferramenta Trends.
Se durante a pandemia as roupas de dormir viraram peça essencial, muito antes da quarentena o sleepwear já tinha se firmado como forte tendência de moda. Dentro e fora de casa. Tanto os conjuntos de pijama quanto o slip dress e o vestido baby-doll tiveram na moda boudoir seu ponto de partida antes de invadir as ruas.
Coco Chanel criou modelo com calças
Tudo isso graças à genialidade de uma estilista francesa que foi pioneira em desenvolver uma coleção de pijamas elegantes femininos. Foi Coco Chanel que criou modelos sleepwear com calças que causou furor em 1920. Passados cem anos, com a volta do cetim e das tendências dos anos 90 e 2000, peças inspiradas em pijamas e camisolas ganharam ainda mais destaque nos looks do dia a dia.
"Há alguns anos, o look pijama virou tendência e apareceu até nas últimas semanas de moda e nos tapetes vermelhos", conta Andreah Muniz, personal stylist e professora da Sigbol.
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