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Foto do escritorAndressa Navarro

DESENVOLVEDORES DE JOGOS AUMENTAM 164% EM CINCO ANOS NO BRASIL

Atualizado: 2 de jan. de 2021

Produtores independentes sentem dificuldades para encontrar espaço no mercado

Quase 63% dos desenvolvedores de jogos brasileiros são autônomos - Foto: Andressa Navarro

O 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais mostra que de 2013 a 2018, o número de desenvolvedoras de games no Brasil, passou de 142 para 375 equipes. De acordo com a pesquisa, nos últimos dois anos foram feitos quase dois mil jogos no Brasil. O faturamento da Indústria de Jogos mundial em 2017 alcançou os 116 bilhões. E em 2020, espera-se 143,45 bilhões de faturamento, um crescimento médio de 7,3% ao ano.


Se você não curte jogos eletrônicos, com certeza conhece alguém que é viciado nos games. Este universo está em crescimento e abarca os joguinhos de celular, os games em rede e até os campeonatos mundiais para os gamers profissionais, que têm tanta fama e prestígio quanto os jogadores de futebol da vida real. Apesar de ter tantos adeptos, a vida de quem desenvolve jogos no Brasil não é fácil.


“Ou a pessoa vira um desenvolvedor, ou não tem espaço. Acaba não trabalhando na área que escolheu.”, explica o Coordenador do curso de Jogos Digitais, Sérgio Dassie.

É o caso do Triggered Studios, um grupo formado por sete amigos no ABC que se conheceram na faculdade de Jogos Digitais. Eles começaram a fazer games juntos, de forma independente, no início de 2018, e agora estão desenvolvendo o primeiro jogo da equipe. Giorgia Guerino, 18, uma das integrantes da equipe e também streamer, jogador que conta suas experiências na internet, e relata que o que os uniu foi o amor pelos games."A maior dificuldade é a entrada no mercado". Seu colega Rafael Cerchiaro, 19, programador, conta que esse nicho cresce rapidamente. “Existem muitos desenvolvedores. Isso diminui a visibilidade de cada um e aumenta a concorrência mundial”, comenta.

O 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais foi desenvolvido pela empresa Homo Ludens e divulgada pelo Ministério da Cultura em junho desse ano durante a Brazil's Independent Games Festival - feira de jogos independentes brasileiros. Das 375 empresas participantes, 85 são companhias de apoio, que auxiliam na produção de um game em algum aspecto especial, como narrativa, modelagem ou programação. Já as outras 235, são profissionais autônomos, negócios pequenos nos quais equipes menores constroem jogos inteiros.


O coordenador do curso de Jogos Digitais da Universidade Metodista de São Paulo, Sérgio Dassie Genciauskas, credita o aumento deste mercado a uma falta de opção de postos de trabalho na área. “Ou a pessoa vira um desenvolvedor, ou não tem espaço. Acaba não trabalhando na área que escolheu.” Ele explica que o mercado dos games brasileiro está inchado e que não é fácil montar um jogo.


Segundo Dassie, existem diversos setores na produção de um bom game. "Tem que pensar em modelagem, arte, roteiro, programação, trilha sonora. O que o mercado vem mostrando são linhas de atuação", diz. O professor afirma que muitos alunos se especializam em uma dessas linhas. "Fazer um jogo sozinho é loucura”, conta.


Por conta dessa setorização surgiram as empresas de apoio a desenvolvedores. Elas dominam algum aspecto do mercado dos jogos, como é a Garoa Fina, também do ABC, que cria roteiros e narrativas para conteúdos audiovisuais há oito anos. Bruno R. Modolo, 36, dono da companhia e roteirista, conta que começou nesse ramo porque viu nas narrativas de jogos uma oportunidade de crescer nesse nicho. “Normalmente, quem desenvolve são os indies (desenvolvedores independentes), em equipes pequenas e sem muito dinheiro. Desenvolvem o jogo inteiro, e é difícil encontrar um programador ou design de games que tem conhecimento em narrativas."


Uma das formas de ganhar dinheiro com os games é através da publicidade inserida dentro dos jogos. Sérgio Dassie conta que os "advergames" são as propagandas dentro dos jogos. "Desenvolver games não é fácil, por isso é interessante para os jovens conseguirem uma fonte de renda inicial para conseguirem investir no desenvolvimento."


Para quem quer desenvolver, o amor pelos games é essencial para começar, mas a determinação e o pé no chão vão manter o desenvolvedor dentro do mercado. Experimentar, praticar, se especializar e conhecer pessoas e a rotina da área são oportunidades para quem está começando e quer se destacar e inovar nessa nova área. Para Dassie, a indústria dos games é uma oportunidade. “Apesar de difícil, é um segmento que tem muito o que desenvolver”, conta.


Desde 2009, o Ministério da Cultura investe no crescimento da indústria de jogos com parcerias como a Ancine e Abragames. Por conta disso, disponibiliza cursos profissionalizantes gratuitos e a distância, para quem se interessa e quer empreender no mundo dos jogos digitais. Para mais informações acesse o site.


*Esta matéria foi publicada originalmente no Portal do Rudge Ramos Online


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