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USO DE APLICATIVOS DE BANCO AUMENTA E SUPERA PLATAFORMA PARA COMPUTADOR EM NÚMERO DE TRANSAÇÕES

Atualizado: 2 de jan. de 2021

Falta de segurança na hora de usar o aplicativo ainda assusta usuários

Transações em aplicativos de banco aumentam 70% desde 2016 - Foto: Andressa Navarro/RRO

Pegar filas e se estressar com cartões de segurança online, senhas que não funcionam e burocracia bancária não combina com a era da tecnologia. A tendência é o mobile, ou melhor os aplicativos de banco. É o que confirma a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2018, que analisa investimentos na área tecnológica nos bancos e a aderência dos clientes aos canais digitais. A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) em parceria com a Delloite, empresa que realiza pesquisas, constatou, na 26º edição da pesquisa feita em maio, aumento de 70% do número de transações bancárias executadas por mobile banking em 2017. A quantidade de cadastros pelo aplicativo é quase o dobro da quantidade de contas de internet banking (plataforma do banco acessada pelo computador), que assumia um crescimento constante desde antes da tecnologia mobile aparecer. O número de heavy-users (pessoas que utilizam um serviço ou produto com muita frequência, ou no caso dos bancos, que utilizaram mais de 80% das transações em um só canal) é quase três vezes maior que o internet banking.


A pesquisa vê esse aumento no uso de canais digitais como crescimento na confiança dos clientes nesses meios de acesso. Hoje, o mobile banking representa um terço do total das transações feitas no banco, um número ainda baixo na opinião do estudante de Marketing Renan Andrade, 20."Se você for pensar na quantidade de gente que possui um aparelho com suporte e acesso à internet e não utiliza o serviço, considero que não há muita adesão das pessoas", afirma. Além de estudante Renan estagia em uma Agência do Santander. Ele auxilia as pessoas no suporte com o aplicativo e internet banking e conta que os principais motivos que percebe para as pessoas não usarem o mobile são muitos dos usuários não possuírem instrução de como baixar e utilizar o aplicativo e as que se recusam a usar, por medo ou por simplesmente não confiarem seu dinheiro a um sistema de computadores.


É o que diz o estudante de Segurança da Informação Rafael Dolgaff, 19. "Os sistemas tecnológicos são vulneráveis, muitas vezes, as pessoas não tomam os cuidados necessários, acessam sites e inserem dados sem ter noção de que isso pode trazer consequências maiores, como roubo de dados importantes e a descoberta de assuntos pessoais. Prefiro mexer com o dinheiro físico", diz.  Ele acredita que a educação deve evoluir antes da tecnologia ser inserida no dia a dia das pessoas.

Assim como Rafael, Roberto Lima, 45, prefere realizar suas transações no banco, sem o uso de aplicativos. Ele conta que gosta do ato de ir ao banco e que não usar as tecnologias é uma prevenção para futuras dores de cabeça. O único serviço que Roberto usa é o internet banking para consulta do saldo, mas se recusa a pagar contas e fazer transações com movimentação financeira por aplicativos ou online.


"São aquelas coisas essenciais e básicas e que justamente por serem simples, o pessoal ignora", explica Osmany Arruda, consultor de Cyber Security sobre medidas para aumentar a segurança digital.

Para o consultor de Cyber Security Osmany Arruda, 54, a tecnologia mobile dos aplicativos de banco é confiável, o problema está na relação das pessoas com os smartphones. Ele explica que a principal causa de fraudes é a falta de informação que os usuários têm em relação aos perigos da rede. Assim, baixam aplicativos sem conhecer as procedências, onde podem estar embutidos códigos maliciosos que fazem captura de tela. É como se eles tirassem uma foto da tela no momento em que o usuário está colocando a senha do banco no mobile, por exemplo. Outro ato que gera problemas é entrar em links com grandes promessas encaminhados pelas redes sociais que levam a vírus, que invadem o smartphone. Além disso, Osmany acredita que os mobiles são, em parte, mais seguros que o internet banking, já que existem muito mais códigos maliciosos desenvolvidos para computadores do que para celulares.

O consultor credita a solução a algumas atitudes simples de precaução dos usuários, como baixarem antivírus para os celulares ou até mesmo utilizar as camadas de segurança disponíveis nos próprios aparelhos "são aquelas coisas essenciais e básicas e que justamente por serem simples, o pessoal ignora", diz. Ele reitera que com as redes, assim como na vida real é importante estar sempre em alerta, e que o benefício dos mobiles é estar no conforto e segurança de casa. Às pessoas com idade avançada que buscam se atualizar ao mundo moderno, ele aconselha ter sempre o suporte de alguém de plena confiança, de preferência familiares.


Existem aplicativos que auxiliam no processo de segurança da informação, como é o caso do Crook Cachter, que tira uma foto pela câmera frontal da pessoa que está mexendo no celular depois da senha ter sido inserida três vezes errada, e envia para o e-mail do dono do celular. Assim como tecnologia em alguns celulares que podem ser programados para excluírem todos os dados, nas mesmas circunstâncias. O importante é sempre buscar informação e fazer pesquisas antes de acessar sistemas, entrar em links desconhecidos, ou baixar aplicativos.


*Esta matéria foi publicada originalmente no Portal do Rudge Ramos Online


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