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Foto do escritorAndressa Navarro

DEFICIENTES INTELECTUAIS ENCONTRAM DIFICULDADES NA PROCURA POR EMPREGO

Atualizado: 2 de jan. de 2021

Crise afeta jovens; Instituições no município oferecem educação e qualificação profissional

Atendidos desenvolvem habilidades durante aula de taekwondo, no ILIS - Foto: Natalia Cateli

Segundo dados do PED ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego no Grande ABC), no mês de fevereiro de 2017 a taxa de desemprego na região era de 17%, um aumento e 1,8%, em comparação com o mesmo mês em 2016. No caso de pessoas com deficiência, a falta da qualificação profissional e baixa escolaridade são as principais justificativas para as empresas não contratarem. Com o objetivo de inserir jovens com deficiência intelectual no mercado de trabalho e desenvolver a autonomia, associações e ONGs no município, como a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e o ILIS (Instituto Lira de inclusão Social) promovem projetos e programas para instruir e preparar esses jovens para a vida profissional e pessoal.


Na qualificação profissional, a APAE tem ganhado destaque através de investimentos e parcerias com seus projetos, que visam à inserção de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho. Com o mesmo princípio de auxílio, o ILIS traz a metodologia do esporte como instrumento pedagógico.


“A maioria das empresas que ligam para a gente é para cumprir a leis de cotas, eles dizem que precisam contratar, precisam cumprir a lei”, conta Marta Nicolau, responsável pelos projetos de Qualificação Profissional da APAE de Diadema. A lei das cotas, criada em 1991, prevê que, de 2% a 5% das vagas fornecidas por uma empresa sejam ocupadas por pessoas com qualquer tipo de deficiência, assim como a LBI (Lei Brasileira da Inclusão), instituída em 2015, garante autonomia e igualdade de direitos para os deficientes.


Na visão de Marta Alves, formada em direito e atuante na área dos Recursos Humanos, as empresas contratam pessoas com esse tipo de deficiência para cumprirem as cotas e não correrem o risco de serem autuados."Mesmo quando são contratados, os deficientes intelectuais não possuem reconhecimento de habilidades complexas, realizando trabalhos repetitivos, de pouca importância dentro da empresa, e são deixados sem perspectiva de crescimento profissional."


Neiriane Pereira é mãe de uma criança com paralisia cerebral e também atuante na área de RH, ela entende a pouca contratação, pois muitas vezes a empresa não está preparada estruturalmente para receber o deficiente, mas que por outro lado, há poucos deficientes intelectuais no mercado."Há pouca demanda, exatamente porque não há esclarecimento de que podem trabalhar e nem estímulo para tal, poucas famílias sabem”.


Ela relata que a sociedade é indiferente a essas pessoas: “Raríssimas vezes é possível encontrar uma pessoa sensível a esta questão; quanto a familiares, estes foram os mais difíceis, não aceitam, não compreendem, acham que estamos procurando doença, que ele não tem nada, que somos obcecados. ”Neiriane também ressalta a dificuldade de encontrar instituições voltadas para esse público no ABC. Motivada, ela conta que está desenvolvendo um projeto para realizar atividades e oficinas que colaborem e estimulem crianças como o filho dela. Esse foi o mesmo pensamento que motivou José Roberto Lira quando, há 40 anos, fundou o ILIS, uma ONG voltada para o desenvolvimento motor e cognitivo de crianças com deficiência por meio da filosofia do taekwondo.

Para Lira as artes maciais perderam sua verdadeira essência e, hoje em dia, só é ensinado a lutar. Sua proposta é o oposto, ele acredita no ensinamento da filosofia da arte marcial como auxilio na convivência e socialização dos deficientes intelectuais e com as famílias deles, e ressalta que a maior luta, de fato, é a interior. São esses aspectos do esporte que melhoram o comportamento e compreensão do próprio atendido e dos familiares.


“Deficiência e exclusão não escolhe cidade e nem poder aquisitivo”, afirmou o Lira.

Para participar dos projetos da APAE é necessário ter a comprovação da deficiência e a recomendação de especialistas, além de ser munícipe de Diadema. Já para o ILIS a única exigência é o comprometimento com o programa oferecido. Sendo, para ambos a regularidade o principal caminho para a melhora efetiva do atendido.


MAIS INFORMAÇÕES:


APAE de Diadema - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Diadema

Endereço: Av. Dr. Ulysses Guimarães, 316 - Conceição, Diadema - SP

Tel.: (11) 4055-6622

Website: http://apaediadema.org.br/


ILIS - Instituto Lira de Inclusão Social

Endereço: Av. Alda, 244 - Centro, Diadema – SP

Tel.: (11) 3481-2048

Website: http://www.ilis.org.br/

 

*Esta matéria foi produzida para a Faculdade no Segundo Semestre e foi feita em trio com Cinthia Guimarães e Natalia Canteli.


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